Pular para o conteúdo principal

NÃO SEI SE VOU...


Joaquim_Sustelo (Domingo, 17 Agosto 2008 às 12:46)

Quero agradecer as palavras de carinho e incentivo deixadas
acerca do meu poema NÃO SEI SE VOU...

Como complemento deste meu gesto de agradecimento, deixo ficar
aqui o poema como oferta.

Um beijo.


NÃO SEI SE VOU...



Não sei se vou por onde me disseste...
A estrada é concorrida, não faz medo;
É tanta, tanta gente, logo cedo
E o campo só de flores se reveste


Diria um paraíso azul- celeste
Plantado nesta terra de degredo
Onde o matar se torna até folguedo
De poucos sem ter senso, de alma agreste!


Podia ir. E tenta-me o caminho...
Porém talvez entrasse em desalinho
Quando ao olhar pra trás me recordasse,


De estradas e veredas pedregosas
Onde vagueiam gentes lacrimosas
Às quais ele é preciso erguer a face!



Joaquim Sustelo
(em MURMÚRIOS NO TEMPO)


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Amor Surreal

No pequeno espaço entre teu olhar e o meu brilha a estrela do desejo que nos guia um para o outro Na ausente distância entre teus lábios e os meus brincam e fundem-se os hormônios da nossa química mais secreta No mínimo silêncio onde somente nossos corpos falam deslizam mãos em carícias de tatos cegos que tudo dizem No fugaz e eterno momento da consumação de nosso amor gritam gargantas no gozo do prazer da quase dor desse explodir...

Remorso

(Olavo Bilac)   Às vezes, uma dor me desespera... Nestas ânsias e dúvidas em que ando. Cismo e padeço, neste outono, quando Calculo o que perdi na primavera. Versos e amores sufoquei calando, Sem os gozar numa explosão sincera... Ah! Mais cem vidas! com que ardor quisera Mais viver, mais penar e amar cantando! Sinto o que desperdicei na juventude ;Choro, neste começo de velhice ,Mártir da hipocrisia ou da virtude, Os beijos que não tive por tolice, Por timidez o que sofrer não pude, E por pudor os versos que não disse!

Lágrimas Ocultas (Florbela Espanca)

Se me ponho a cismar em outras eras Em que rí e cantei, em que era querida, Parece-me que foi outras esferas, Parece-me que foi numa outra vida... E a minha triste boca dolorida Que dantes tinha o rir das primaveras, Esbate as linhas graves e severas E cai num abandono de esquecida! E fico, pensativa, olhando o vago... Toma a brandura plácida dum lago O meu rosto de monja de marfim... E as lágrimas que choro, branca e calma, Ninguém as vê brotar dentro da alma! Ninguém as vê cair dentro de mim!